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Corrupção em Dourados Ms

quarta-feira, 21 de agosto de 2013 |
A Polícia Federal (PF) divulgou nesta quarta-feira (1) detalhes do suposto esquema de corrupção em Dourados (MS) que resultou na prisão de 28 pessoas durante a Operação Uragano. O secretário de Governo da prefeitura, Eleandro Passaia, foi o delator do esquema e, segundo a PF, era o responsável pelos pagamentos de propina no governo municipal. Entre os presos, está o prefeito da cidade, o vice-prefeito, nove vereadores, além de outros políticos da cidade. Eleandro Passaia foi secretário de Comunicação da prefeitura de janeiro de 2009 até maior de 2010, quando se tornou secretário de Governo. Por telefone, ele afirmou ao G1 que, durante a troca de função, recebeu o convite para participar do esquema de corrupção. saiba mais Prefeito de Dourados (MS) é preso durante operação da Polícia Federal Nove dos 12 vereadores de Dourados (MS) foram presos na operação da PF PF prende políticos de Dourados suspeitos de fraude e corrupção “O prefeito falou que teria que articular com os vereadores e empresários. Achei que seria como fazia com a imprensa. Só quando eu assumi que ele [prefeito] me contou detalhes: agora, como secretário de governo [...] você é responsável por fazer acerto com as empresas e pagar os vereadores”, contou o delator do esquema ao G1. Segundo secretário, ele recebeu uma oferta de até R$ 100 mil para participar do esquema. “Eles me ofereceram de R$ 70 mil a R$ 100 mil por mês para fazer parte do esquema. Ao invés disso, eu fui até a polícia denunciar o esquema”. Passaia denunciou o esquema à PF, que abriu investigação em maio. Depois disso, em junho, o assessor gravou o momento em que fazia os pagamentos para os políticos. Os vídeos foram entregues à PF, que nesta quarta-feira (1º) cumpriu os mandados de prisão expedidos pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e pela 1ª Vara Criminal de Dourados. “Essa investigação durou quatro meses. [...] Agora continuo no cargo de secretário, mas irei pedir para sair”, completa Passaia. O esquema De acordo com a PF, o esquema é semelhante ao “mensalão”, pois consistia em pagar os vereadores da situação e da oposição propina para impedir que a CPI que investigava o prefeito, suposto “chefe” do esquema, fosse concluída. Além disso, as licitações seriam direcionadas para empresas que financiavam as propinas mensais, compras de bens pessoais do prefeito e campanhas eleitorais. "Os acordos fechados com as empresas escolhidas ilicitamente rendiam 10% do valor do contrato. Os valores arrecadados serviam para o pagamento de diversos vereadores de Dourados (da situação e da oposição), para caixa de campanha e compra de bens pessoais do prefeito", informou a polícia em nota. Os detidos Entre as prisões realizadas nesta quarta (1º) estão: o prefeito, a primeira-dama, o vice-prefeito, o presidente da Câmara, mais nove vereadores, o advogado geral do município, mais quatro secretários municipais, assessor do prefeito, o diretor de departamento de licitações, gestor de compras da prefeitura, e empresários da região.

O prefeito falou que teria que articular com os vereadores e empresários. Achei que seria como fazia com a imprensa. Só quando eu assumi que ele [prefeito] me contou detalhes: agora, como secretário de governo [...] você é responsável por fazer acerto com as empresas e pagar os vereadores" Eleandro Passaia As prisões são temporárias com duração de cinco dias e pode ser prorrogadas para mais cinco dias. A PF completou que os acusados podem responder por fraude à licitação, corrupção ativa e formação de quadrilha. A investigação é comandada pelo delegado Bráulio César Galoni chefen da delegacia da policia federal em Dourados (MS). O advogado lembrou em entrevista coletiva nesta quarta (1º) que ainda há um mandado de prisão a ser cumprido. De acordo com a PF, é um empresário, cujo nome não pode ser divulgado, por enquanto. Ao PF ainda não soube estimar o volume financeiro envolvido no esquema. No momento da apreensão, foram encontrados cerca de R$ 150 mil reais em espécie na casa do prefeito. Os depoimentos começaram a ser colhidos nesta quarta (1º) e devem ser concluídos até o final da semana. O procurador jurídico da câmara dos vereadores, Ailton Stropa, a partir do momento em que tomou conhecimento das prisões dos vereadores, foi até a Polícia Federal para acompanhar e analisar o caso. “Todos [vereadores] com quem conversei negaram as acusações”, afirmou o procurador ao G1. Ele prestou um “atendimento emergencial”, agora cada preso deve ser atendido por advogados. A assessoria da Câmara dos Vereadores afirmou ao G1 que irá aguardar os rumos da investigação para tomar as providências cabíveis, já que, dos 12 vereadores da cidade, nove estão entre os presos. Além disso, outros dois foram convocados para prestar depoimento da PF. Ainda segundo a assessoria, nenhum outro funcionário da Câmara foi preso. A assessoria de imprensa da prefeitura informou que irá divulgar uma nota para a imprensa na quinta-feira (2) e não na quarta-feira (1º), como havia dito anteriormente.

Em Dourados-MS, 61 são denunciados por corrupção SÃO PAULO - O Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul (MPE-MS) denunciou nesta semana 61 pessoas por indícios de crimes na administração do município de Dourados. Entre os denunciados está o prefeito Ari Artuzzi, preso na operação Uragano da Polícia Federal. Ele é acusado de corrupção ativa, corrupção passiva, crimes de responsabilidade, dispensa indevida de licitação, entre outros crimes. Segundo as investigações, Artuzzi agia de forma associada com integrantes de diferentes núcleos da esfera do executivo, legislativo e empresariado do município direcionando licitações, desviando dinheiro público e favorecendo contratos mediante o pagamento de propina. Outras 60 pessoas também foram acusadas de envolvimento no esquema de corrupção na prefeitura e na Câmara Municipal de Dourados. Os denunciados são políticos, funcionários públicos do executivo e legislativo, além de empresários locais. A denúncia foi feita com base no inquérito instaurado pela Polícia Federal. No documento enviado à Justiça, cada denunciado responde por um ou mais crimes. De acordo com os promotores de Justiça de Dourados, os denunciados irão responder pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, fraude a licitação, dispensa indevida de licitação, falsidade ideológica, crime contra as relações de trabalho e formação de quadrilha. O grupo agia oferecendo pagamento de vantagens indevidas aos agentes públicos envolvidos nos ilícitos, bem como o favorecimento de pessoas e empresas mediante direcionamentos na contratação para a aquisição de bens ou serviços, para a execução de obras para o município.

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