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Karaté

segunda-feira, 12 de agosto de 2013 |
Karaté é uma arte marcial japonesa que se desenvolveu a partir da arte marcial autóctone de Oquinaua sob influência do chuan fa chinês e dos koryu japoneses (modalidades tradicionais de luta), incorporando aspectos das disciplinas guerreiras, ou budō. A influência chinesa foi maior num primeiro estágio de desenvolvimento, cambiando um paradigma primitivo de simples luta com agarrões e projeções para um com mais ênfase nos golpes traumáticos, e se fez sentir nas técnicas dos estilos mais fluidos e pragmáticos da China meridional. Depois, por causa de alterações da cércea geopolítica, sobreveio a predominância das disciplinas de combate do Japão e, nesse período, o paradigma tendeu a simplificar ainda mais os movimentos, tornando-os mais directos e renunciando àquilo que não seria útil ou que fosse mero floreio. O repertório técnico da arte marcial abrange, principalmente, golpes contundentes — atemi waza —, como pontapés, socos, joelhadas, bofetadas etc., executadas com as mãos desarmadas. Todavia, técnicas de projeção, imobilização e bloqueios —

 nage waza, katame waza, uke waza — também são ensinados, com maior ou menor ênfase, dependendo do onde ou qual estilo/escola se aprende. Grosso modo, pode-se afirmar que a evolução desta arte marcial aconteceu capitaneada por renomados mestres, que a conduziram e assentaram suas bases, resultando no caratê moderno, cujo trinômio básico de aprendizado repousa em kihon (técnicas básicas), kata (sequência de técnicas, simulando luta com várias aplicações práticas) e kumite (enfrentamento propriamente dito, que pode ser mero simulacro ou dar-se de maneira esportiva/competitiva ou mais próxima da realidade). Esse processo evolutivo também mostra que a modalidade surgida como se fosse uma única haste acabou por se trifurcar e, por fim, tornou-se uma miríade de diversas variações sobre um mesmo tema. O estágio da transição entre os séculos XX e XXI revela que a maioria das escolas de caratê tem dado ênfase à evolução do condicionamento físico, desenvolvendo velocidade, flexibilidade e capacidade aeróbica para participação de competições de esporte de combate, ficando relegada àquelas poucas escolas tradicionalistas a prática de exercícios mais rigorosos, que visam a desenvolver a resistência dos membros, e de provas de quebramento de tábuas de madeira, tijolo ou gelo. De um modo simples, há duas correntes maiores: uma, tendente a preservar os caracteres marcial e filosófico do caratê; e outra, que pretende firmar os aspectos esportivo e lúdico.A partir do primeiro quartel do século XX, o processo de segmentação instalou-se de vez, aparecendo diversos sodalícios e silogeus, até uus dentro dos outros, pretendendo difundir seu modo peculiar de entender e desenvolver o caratê, a despeito de comungarem de similitude técnica e de origem. Tal circunstância, que foi combatida por mestres de renome, acabou por se consolidar e gera como consequência a falta de padronização e entendimento entre entidades e praticantes. Daí, posto que aceito mundialmente como esporte, classificado como esporte olímpico e participando dos Jogos Pan-Americanos, não há um sistema unificado de valoração para as competições, ocasionando grande dificuldade para sua aceitação como esporte presente nos Jogos Olímpicos.6 Em que pese a enorme fragmentação, os inúmeros contubérnios procuram ainda seguir um modelo pedagógico mais ou menos comum. E neste ambiente, distingue-se o mero praticante, ou carateista, daquele estudioso dedicado da arte marcial, carateca, o qual busca desenvolver disciplina, filosofia e ética, além de aprender simples movimentos e condicionamento físico. Nessa mesma linha, aquele carateca que alcança o grau de faixa/cinturão preto(a) é chamado de sensei. E os sítios de aprendizado são chamados de dojôs, sendo estes, via de regra, filiados a alguma linhagem/estilo. Um contratempo logo surge quando se trata de estudar as origens das artes marciais: não há como precisar o momento em que surgiram. O máximo que se pode fazer são conjecturas a partir do caractere sócio-cultural e traçar uma linha de acontecimentos mais ou menos coerente dentro de certos aspectos, haja vista que alguns aspectos duma arte marcial (v. g., algumas técnicas e/ou personagens) têm uma origem bem conhecida ou documentada, porém, o conjunto não se fecha, se não se incluírem algumas especulações. O que se sabe é que todos os povos que se organizaram em sociedade possuem alguma forma de defesa, isto é, pelo menos possuem uma força armada, pois os ajuntamentos de pessoas eventualmente entravam em choque, por recursos naturais ou outros motivos. Naturalmente, seguindo uma linha evolutiva mais ou menos uniforme, tal como aconteceu com a agricultura, a pesca, a música e outras atividades, as artes marciais desenvolveram-se como disciplina, surgindo mestres e aprendizes. Isso, por exemplo, pode ser demonstrado pela existência das falanges gregas, modelo que se impôs por certo tempo, até ser superado pelas coortes romanas, e assim anterior e sucessivamente. Da Grécia, vem outro exemplo de desenvolvimento das artes marciais como disciplina. As cidades-estados disputavam a supremacia sobre as demais, pelo que apareceram os períodos ateniense, espartano, tebano etc. Dentro de tais circunstâncias, mormente em Esparta as disciplinas militares tiveram relevo, eis que naquele ambiente foi dado destaque ao desenvolvimento físico, para fazer frente aos embates e os cidadãos espartanos (esparciatas) treinavam de maneira forte tanto a luta armada como a desarmada. Em se tratando de luta desarmada, no ambiente helênico desenvolveu-se a arte marcial do pancrácio, que teria surgido por volta do século VII AEC ou antes e cujo arcabouço técnico englobaria os mais variados movimentos e golpes, desde socos a estrangulamentos. Como esporte sabe-se ter feito parte dos Jogos Olímpicos naquela época. Caminhando já na Ásia, onde se acredita ser o berço das artes marciais modernas, sabe-se que o exército de Alexandre Magno enfrentou guerreiros de várias origens, como de China e Índia. É impossível creditar o desenvolvimento das artes marciais asiáticas ao contacto com o gregos, pois logicamente existiam já naquelas paragens suas próprias disciplinas, tanto é que se deu enfrentamento entre exércitos e não de um exército e pessoas desarmadas. Infer-se ter havido certamente a troca de conhecimentos, o que era inevitável, após a estabilização das relações. De qualquer forma, havia na Índia uma forma de luta chamada de vajramushti, a qual parecer ter sido transmitida a outros países ou mesmo comunidades, no processo de trocas culturais na Ásia. De facto (alguns ainda dizem tratar-se mais de especulações, posto não existirem fontes documentais, ou mesmo as que existem tratar-se-iam de relatos de lendas ou estórias), as artes marciais passaram a ter caracteres mais formais quando um monge budista indiano chamado Bodhidharma — o primeiro grande mestre —, por volta do ano 520 EC, no fito de empreender uma longa jornada em busca da iluminação espiritual, viajou desde a Índia até a China. O monge ficava onde lhe dessem abrigo, em templos ou casas, e aproveitava para evangelizar de acordo com sua doutrina. Sua jornada o teria levado até o Templo Shaolin e, quando Bodhidharma viu as condições físicas precárias em que se encontravam os monges daquele sítio, exortou-os no sentido que a pessoa deveria evoluir por completo, desenvolvendo o lado espiritual mas sem esquecer do físico, pelo que instruiu todos na prática de exercícios. A prática dos exercícios evoluiu para um sistema de defesa pessoal, até com o uso de armas e outros instrumentos, fazendo surgir uma reputação de que os monges lutadores seriam expertos em diversas modalidades e formas de combate, pelo que se difundiu por toda a China. Os monges de Shaolin não se isolaram apenas na China e levaram seus conhecimentos religiosos, filosóficos e marciais para outros recantos, entre estes o Japão. No fim do século XIX, o caratê ainda era marcado de modo forte por quem o ensinava, não havia, posto que houvesse similitudes entre as técnicas, um padrão, o que dificultava sua maior aceitação fora de círculos restritos, porque era praticado e ensinado num rígido esquema de mestre/aluno.31 Nesse meio tempo, sem olvidar altercações sínicas, o cenário político mudou porquanto da anexação final de Ryukyu, em 1875, por parte do Japão, fazendo com que o provecto reino se transmutasse na província de Oquinaua.32 Todavia, o que poderia ser o fim tornou-se uma oportunidade, pois terminou com o isolamento da população do arquipélago, incorporados de vez à população nipônica. E coube a Anko Itosu, um discípulo de Matsumura e secretário do rei de Oquinaua, usar de sua influência para tentar disseminar a arte marcial. O mestre via o te não somente como arte marcial mas, principalmente, como uma forma de desenvolver caráter, disciplina e físico das crianças. Ainda assim, o mestre julgava que os métodos utilizados até a época não eram práticos: o te era ensinado basicamente por intermédio do treino repetitivo dos kata. Então, Itosu simplificou o treino a unidades fundamentais, os kihons, que são as técnicas compreendidas em si mesmas, um soco, uma esquiva, uma base, e, além, compilou a série de kata Pinan com técnicas mais simples e que passariam a formar o currículo introdutório. A mudança resultou na diminuição, supressão em alguns casos, de táticas de luta, mas reforçou o caráter esportivo, para benefício da saúde: deu-se relevo a postura, mobilidade, flexibilidade, tensão, respiração e relaxamento. Atribui-se ao mestre Itosu os primeiros movimentos no fito de promover a mudança de denominação para karate (空手, mãos vazias), como forma de vencer as barreiras culturais, as resistências para aceitação, pois como algo com origem chinesa não era visto com bons olhos, ademais porque havia tensões latentes entres os dois países.33 Todavia, documentado é o fato de o mestre Hanashiro Chomo, numa publicação entitulada «karate kumite», claramente referir-se à sua arte marcial como maos vazias.34 Em 1900, aconteceu uma grande emigração desde Oquinaua até o Havaí, resultando na primeira mostra do caratê a ocidentais, eis que o Havaí tinha sido anexado pelos EE.UU. havia aproximadamente dois anos. O caratê tornou-se esporte oficial em 1902. Evento dramático no desenvolvimento do caratê que é o ponto em que se aperfeiçoa a transição de arte marcial para disciplina física, deixando ser visto apenas como meio de autodefesa.31 Como resultado de seu progresso, Anko Itosu crê ser possível exportar o caratê para o resto do Japão e, em começos do século XX, passa a empreender esforços para tanto, mas não consegue lograr sucesso. Paralelos a esses eventos, outro influente mestre, Kanryo Higashionna, promovia por si outras mudanças. Ele desenvolvia um estilo peculiar que mesclava técnicas suaves, evasivas e defensivas (como esquivas e projeções), e menos as rígidas, e tinha como discípulos Chojun Miyagi e Kenwa Mabuni. A exemplo de Itosu, Higashionna conseguiu fomentar os valores neles que levaram até as mudanças futuras que tornariam o caratê mais aceitável.3 Em que pesem a evolução que arte estava experimentando e havendo a fama de ser um estilo de luta eficaz, fama essa que já havia muito corria pelo Japão, ainda era pouco conhecida. Não se sabia realmente muito sobre suas características, fora os praticantes oquinauenses e alguns poucos fora desse círculo ainda pequeno e cerrado.35 Alguns fatores contribuíram, entretanto, para a divulgação do caratê. Um desses fatores era a mentalidade corrente à época que, mesmo com o processo de disseminação dos costumes ocidentais iniciado com a Restauração Meiji, ainda era muito apegada à figura do guerreiro, não sendo incomum o lance de desafios a lutadores proeminentes ou mesmo a uma casa, família ou paragem. Não se pode esquecer, contudo, que isso não se deva por bravata mas por orgulho, de suas tradições e para homenagear seus mestres, resguardando-se a honra (no mor das vezes). Era comum a prática do dojo yaburi (desafio ao dojô). Certa altura, por volta de 1906 chegou a Oquinaua uma praticante de jujutsu (ou de judô, segundo algumas fontes) que desafiou a todos da ilha a medir forças com ele, para provar que seu estilo de jiu-jítsu era superior aos do Japão e da região. No dia aprazado, posto que fosse já provecto (na casa dos setenta anos), no meio de vários lutadores, o mestre Itosu não quis deixar sem resposta o convite e foi ter com o desafiante, que interpelou o mestre, dizendo "que honra haveria de ganhar de um idoso?", mas aquiesceu ao embate, por respeito ao nobre ancião. A luta foi decidida com apenas um golpe.36 Marcante e decisivo, entretanto, foi um desafio que mestre Choki Motobu protagonizou. Chegou ao Japão um navio russo, conduzindo um lutador de sambo (Jon Kirter), com porte físico avantajado (quase 2m de altura) e capaz de cravar um prego na madeira co'as mãos. O fito daquele lutador era divulgar sua modalidade de luta e, para tanto, além das demonstrações públicas, que envolviam proezas, como enrolar uma barra de ferro nos braços e quebramentos, foi lançado um desafio a todo o país. A nova correu até Oquinaua, sendo o desafio aceito pelos irmão Motobu, descendentes da casa real e notórios expertos em artes marciais, além do caratê, kobudo e gotende. Dirigiram-se eles até o Japão. No dia da luta, tudo certo o embate foi decidido com apenas um golpe na região do plexo solar. A vitória foi considerada tão surpreendente que criou alvoroço e despertou de vez o interesse pelo caratê Os esforços de Itosu, a despeito de não gerarem os efeitos almejados, frutificaram nas mãos de seus alunos. Por exemplo, o Mestre Kenwa Mabuni, como forma de tributo, sistematizou todos os ensinamentos aprendidos no estilo Shito-ryu, que pretende fundir os estilos Shuri-te e Naha-te e com isso veio a preservar muitas variações de kata; o Mestre Choshin Chibana, por seu turno, compilou seu conhecimento no estilo Kobayashi-ryu, pretendendo preservar as exatas formas por ele aprendidas de Matsumura e Itosu.38 Entretanto, aproveitando o interesse no caratê, principalmente depois da vitória do mestre Choki Motobu sobre o lutador russo, coube a Gichin Funakoshi lograr grande êxito no objetivo do mestre Itosu, isto é, difundir o caratê como desporto e nativo da cultura japonesa. Fundamental também foi a empresa de outros grandes mestres, como Mabuni, Miyagi, Motobu etc., que não podem ser considerados no arrabalde. Esses esforços não podem ser olvidados porque criaram a ambiência em que Funakoshi logrou êxito em difundir o caratê pelo arquipélago japonês. As técnicas do estilo iniciado por Funakoshi baseiam-se no caratê de Itosu, mas dando mais ênfase ao aspecto formativo da personalidade, característica que ficou impressa nas demais linhagens surgidas naquele momento. A divulgação não aconteceu sem resistência. A despeito de vários pedidos para a não exibição de vários mestres que não viam com bons olhos o movimento, Funakoshi levou o caratê até o sistema público de ensino, com a ajuda de seu mestre Anko Itosu e, em pouco tempo, a arte marcial já fazia parte do currículo escolar como disciplina física/esportiva, dando um impulso extraordinária, com o caratê sendo praticado em vários sítios e sendo bastante apreciado e valorizado localmente. Entre 1902 e 1915, sensei Funakoshi viajou com seus melhores alunos por toda Oquinaua realizando demonstrações públicas de caratê e calhou de o inspetor de Educação do concelho, Shintaro Ogawa, estava particularmente interessado no processo seletivo para ingresso nas forças armadas, preocupado em obter um bom grupo, composto por jovens de boa índoles (valores) e boa compleição. Ogawa ficou impressionado, que escreveu ao continente dando as novas.31 Sucedeu de o almirante Rokuro Yashiro assistir a uma daquelas demonstrações, explicadas por Funakoshi, enquanto seus alunos executavam kata, quebravam telhas e faziam outras proezas, que expunham a eficácia do condicionamento físico. O almirante ficou muito impressionado e ordenou que seus homens que iniciassem o treinamento de imediato. Sucedeu também de, em 1912, o comando Almirante Dewa escolher doze de seus homens para treinarem caratê por uma semana, enquanto estivessem ancorados nas imediações. As novas levadas por esses dois oficiais levaram o caratê a ser mais comentado no Japão.31 E no desenrolar dos acontecimentos, calhou de, em 1921, o então príncipe herdeiro e futuro imperador Hirohito assistir a uma dessas demonstrações, pelo que ficou admirado e pediu a feitura de um evento nacional em Tóquio, realizado em 1922. O evento foi muito bem sucedido e ocasionou de o mestre Funakoshi ser coberto de convites para apresentar sua arte e um desses convites foi feito por Jigoro Kano, para ser feito no instituto Kodokan. Durante o evento, que levantou a plateia, mestre Funakoshi foi convencido a permanecer no Japão e, com a ajuda de Jigoro Kano, de que se tornou amigo íntimo, o caratê foi difundido. O mestre sabia que haveria de surgir enorme oposição, haja vista que naquele período da história das relações entre Japão e China não era dos melhores. Ainda era muito recente a lembrança da Primeira Guerra Sino-Japonesa (1894-1895). E até o fim da Segunda Guerra Mundial e da Segunda Guerra Sino-Japonesa, com a rendição do Japão perante os Aliados, ocorreram vários incidentes belicosos.39 Tais circunstâncias levavam à conclusão de que uma arte marcial de origem chinesa seria certamente repudiada, pelo que a mudança da arte para o karate-dō (空手道, caminho das mãos vazias), isto é, com o acréscimo do sufixo "dō", como se deu com muitas das artes marciais praticadas no Japão. A partícula do significa caminho, palavra que é análoga ao familiar conceito de tao.40 Daí que o caratê deixou de ser encarado apenas em seu aspecto técnico, ou jutsu, para serem realçados o filosófico e o físico (educacional). Por outro lado, o caratê beneficiou-se de uma perspectiva que existia, a de que a luta nativa de Oquinaua, aí incluso o seu kobudo (manipulação de armas), era simplesmente uma forma de jujutsu ou koryu. Assim se pensava porque tanto os vários estilos de jujutsu (takenouchi-ryu, daito-ryu etc.) japoneses quanto o oquinauense valiam-se das mesmas formas técnicas (luta desarmada, principalmente), diferenciando-se apenas no foco e no treinamento, ou seja, nada de estranho, se comparado à tradição samurai. Denominava-se o caratê de tejutsu, o que reforçava esse aspecto.41 Mestres de caratê na década de 1930 Entrementes, a proposição de Mestre Itosu, pela escrita do nome da arte marcial como kara-te-dō foi objecto de debate em 1936, e mestres na época acordaram que seria a melhor escolha, o que reflectira a unidade do caratê e sua originalidade, posto que houvesse sofrido diversas influências de fora.4 42 Do modo como se desenvolveu, um elemento da cultura japonesa, o caratê está imbuído de certos elementos do Zen-budismo, sendo que sua prática algumas vezes é chamada de "zen em movimento". As aulas frequentemente começam e terminam com curtos períodos de meditação. Também a repetição de movimentos, como a executada no kata, é consistente com a meditação zen pretendendo maximizar o autocontrole, a atenção, a força e velocidade, mesmo em condições adversas. A influência do zen nesta arte marcial depende muito da interpretação de cada instrutor.43 Devido aos esforços de Funakoshi o caratê passou a ser ensinado nas universidades de Shoka, Takushoku, Waseda e Faculdade de Medicina. Jigoro Kano A modernização e sistematização do caratê no Japão também incluiu a adoção do uniforme branco (quimono ou karategi) e de faixas coloridas indicadoras do estágio alcançado pelo aluno, ambos criados e popularizados por Jigoro Kano, fundador do judô. As contribuições de Jigoro Kano não se limitam ao uniforme de treinamento e à padronização das graduações, mas vão até a técnicas, que foram compiladas dentro do estilo Shotokan. O conceito de do, posto que presente há muito, foi de certa forma reinterpretado segundo suas ideias. Depois que Funakoshi demonstrou o caratê, outros mestres de Oquinaua seguiram pela mesma trilha e se foram, no fito de conseguir novos alunos e divulgar ainda mais. Um daqueles mestres era Kenwa Mabuni, que se fixou em Osaca e, no ano de 1931, criou a Dai-Nihon Karate-do Kai, para dar apoio a seu estilo, que foi registrado, primeiro como Hanko-ryu, e, depois, Shito-ryu.44 Entrementes, somente durante a década de 1930 foi que a Associação Japonesa de Artes Marciais, Butoku-kai, reconheceu oficialmente o caratê como arte marcial nipônica e requereu que todas as escolas fizessem registro na entidade, exigindo para esse registro que cada uma delas indicasse os nomes de seus estilos.45 Em maio de 1949, alguns discípulos de Funakoshi criaram uma associação cujo escopo principal seria a promoção do caratê. O nome dado foi Nihon Karate Kyokai (日本 空手 協会, (Japan Karate Association - JKA, Associação Japonesa de Caratê), e o primeiro presidente foi Saigo Kichinosuke, membro da Câmara Alta do Japão, neto de Saigo Takamori, um dos maiores heróis do Japão Meiji.46 Durante a Segunda Guerra Mundial, o caratê tornou-se popular na Coreia do Sul sob os nomes tangsudo ou kongsudo quando a pratica do taekwondo foi proibida pelos japoneses após sua invasão. Após a Segunda Guerra Mundial, o mestre Funakoshi com seus alunos conseguiram que o Ministério da Educação classificasse o caratê como educação física e não como arte marcial, tornando possível seu ensino, durante a ocupação do Japão. Depois dos Estados Unidos o caratê foi difundido pela Europa e o mundo.47 Atualidades Posto que mestre Funakoshi pregasse que o caratê era uma arte marcial única, que as variações nas formas, nos estilos, deviam-se precipuamente às idiossincrasias e que jamais denominou sua linhagem de estilo, ainda durante sua existência e persistindo até os dias atuais, o que sucedeu foi uma proliferação de estilos, escolas e linhagens diferentes. A grande variedade de estilos e escolas, se por um lado facilita essa disseminação, por outro, causou enormes dissensões e cisões entre entidades e representantes. Muitas vezes, o que motivou a cisão foram disputas políticas e/ou ideológicas.48 Depois de criada por discípulos de Funakoshi, a quem aclamaram como líder, em 10 de abril de 1957, a JKA ganhou a condição de entidade oficial, mas, cerca de duas semanas depois, o grande mestre faleceu com a idade de 89. Olimpíadas Em 19 de junho de 1999, depois de muitos anos e muitos episódios marcados pela discórdia, na 109ª Sessão do Comitê Olímpico Internacional - COI, confirmou-se o reconhecimento da Federação Mundial de Caratê (World Karate Federation - WKF, em inglês) como o ente governativo do caratê mundial, o que significava o também reconhecimento do esporte como esporte candidato a figurar nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, como esporte de demonstração, cuja confirmação dar-se-ia na 111ª Sessão do Comitê, para o ano seguinte.6 O COI estabelece dois parâmetros para a aceitação de um esporte como olímpico: ser praticado em muitos países (membros) e ser representado por uma entidade mundialmente reconhecida. Aparentemente, o caratê possui apenas um desses requisitos. Em África A forma esportiva de caratê foi-se introduzindo em África por volta da década de 1940. Formalmente, na África do Sul a modalidade foi iniciada no começo dos anos 1950 por instrutores, como Len Barnes, Richard Salmon, James Rousseau, Stan Schmidt e outros. Em Angola, processo semelhante se deu. E com o tempo algumas entidades foram sendo criadas e se afiliando a outras, de cunho internacional.49 50 No Brasil Ver artigo principal: Karate Machida Da mesma forma como sucedeu com outras artes marciais japonesas, o caratê foi introduzido no Brasil com a chegada de imigrantes japoneses no começo do século XX. Mas somente no ano de 1956, o sensei Mitsuke Harada (Shotokan) instala o primeiro dojô em São Paulo.51 A esse exemplo seguiram os mestres Juichi Sagara (Shotokan), em 1957; Seichi Akamine (Goju-ryu), em 1958; Koji Takamatsu (Wado-ryu); Takeo Suzuki (Wado-ryu); Michizo Buyo (Wado-ryu); Yoshihide Shinzato (Shorin-ryu); Takeda, Kimura e Fábio Sensei (Bushi Ryu), em 1992; Akio Yokoyama (Kenyu-ryu), em 1965.52 A prática da modalidade percebeu um aumento depois que participantes de competições de artes marciais mistas lograram vitórias, como é o caso do carateca Lyoto Machida.53 Em Portugal Em Portugal, a arte marcial foi introduzida entre os anos de 1962 e 1964, quando se reuniu um grupo de pessoas que praticam a modalidade na Academia de Budo, em Lisboa. Foi com este grupo que se organizou e entabulou os primeiros contactos com as entidades internacionais da modalidade. Na década de 1970, verifica-se a criação das primeiras entidades associativas nacionais representativas de alguns estilos.54 55 Em 1980, foi fundada a Associação Portuguesa de Karate-Do (Shotokai)[1], cuja génese se reporta a uma parte importante do núcleo inicial dos praticantes da Academia de Budo. Até 1985, a CDAM (Comissão Directiva das Artes Marciais), presidida pelo Comandante Fiadeiro e sob a égide e supervisão do Ministério da Defesa Nacional, integrava e regulamentava todas as Artes Marciais. De 1985 a 1992, divide-se a CDAM, de onde emergem duas instituições que reivindicam a gestão do Karaté nacional: a Federação Portuguesa de Karaté (FPK) e a Federação Portuguesa de Karaté e Disciplinas Associadas (FPKDA). Finalmente, a 15 de Junho de 1992 é fundada por aquelas duas federações a Federação Nacional de Karaté - Portugal (FNK-P).56 Estilos Ver páginas anexas: Estilos de caratê e Genealogia dos estilos de caratê A despeito do que preconizavam os grandes mestres, hodiernamente, há na seara do caratê um grande número de divisões, sendo as mais conhecidas os estilos, e reconhecidos pela Federação Mundial de Caratê, Shito-ryu, Shotokan, Goju-ryu e Wado-ryu. Todos eles criados na primeira metade do século XX. Reconhecidos pela WUKF, há os estilos Shorin-ryu, Uechi-ryu, Kyokushin e Budokan, além dos reconhecidos pela WKF.57 Há, contudo, muitos outros estilos, como maior ou menor renome, como Shindo jinen ryu, Seiwakai, Shudokan, Toon-ryu, Chito-ryu, Kenyu-ryu, Isshin-ryu etc. Há ainda alguns estilos que nada mais são do que visões mais tradicionalistas ou ortodoxas de um estilo, como é o caso do Shotokai, que propala estar verdadeiramente conectado à escola criada pelo mestre Funakoshi; aqueles que são uma visão particular e/ou moderna, como o Gosoku-ryu, que é uma recopilação baseada no Shotokan; ou estilos que são compilações de outros estilos. Em termos de artes marciais, há que se notar que a palavra "escola" não tem o mesmo sentido empregado no uso comum. O caratê é uma arte marcial que se subdivide em diversos estilos, o Shorin-ryu sendo um dos mais antigos entre eles. Cada estilo, identificados geralmente pela partícula ryu (流, ryũ?, fluxo), é uma forma distinta de se praticar uma determinada arte marcial. Nesse sentido, membros de estilos diferentes terão nomes diferentes para golpes semelhantes, kata e kihon próprios, diferentes progressões de faixa, ou nível, e até mesmo metodologias de ensino variadas. O que une os diferentes estilos é a consciência de que são como galhos de uma mesma árvore, no caso a arte marcial em questão.58 As escolas, kan (館? edifício, casa), por sua vez, são visões particulares de um determinado estilo. Muitas vezes elas se originam como tributos a mestres muito graduados e, algumas vezes, acabam se transformando em estilos propriamente ditos, como foi o caso do estilo Shotokan, que deve ser mais corretamente chamado de Shotokan-ryu (uma vez que Shotokan seria a Escola de Shoto e Shotokan-ryu seria o Estilo da Escola de Shoto). Uma "escola", nesta cércea, não é, portanto, um local de aprendizado de técnica, mas um conjunto de ideias dentro de um estilo.59 Outra subdivisão pode se dar com o surgimento de uma linhagem, marcada com a adição do sufixo ha (派? facção, escola, seita), que, semelhante às escolas, imprimem uma visão particular de um estilo ou de uma escola. Nessa leva, existem as linhagens, por exemplo, Hayashi-ha, Motobu-ha e Inoue-ha, do estilo Shito-ryu; Goju-kai e Seigokan, do estilo Goju-ryu; ou Shobayashi-ryu, Matsubayashi-ryu e Kobayashi-ryu, do estilo Shorin-ryu.59 Nota-se, portanto, que não existe um padrão ou uma norma para definir os nomes dos estilos e suas respectivas ramificações. E divergências de entendimento são naturalmente esperadas, pelo que variações de uma mesma forma não seria algo insólito e nem as pessoas terem por desiderato trilhar caminhos distintos, porém dever-se-ia restar cônscio da origem comum.60 Os mestres tradicionais pensavam que qualquer arte marcial deveria ser assemelhada a um flúmen, isto é, fluente e flexível. De outro modo, uma arte marcial deveria ser o resultado dum constante processo de aprimoramento individual, pelo qual o budoca adaptar-se-ia conforme os conhecimentos adquiridos e nunca seria idêntica, posto que duas pessoas praticassem a mesma, por igual período e com um só mestre, pois as pessoas não são iguais. Assim sendo, não haveria razão para existirem diversos estilos.61 Ética e filosofia Além das mudanças para facilitar a divulgação do caratê, os mestres do começo do século XX (mormente Funakoshi, que aproveitou também esse aspecto da cultura japonesa, relevante naquele momento) foram eficazes em imprimir solenidade aos treinamentos, respeito para com mestres, instrutores e praticantes, de forma mútua, o que realça o carácter de formação de bons indivíduos. Isto, contudo, sem esquecer que naturalmente no processo de formação da arte marcial desenvolvia-se um paradigma para as condutas dentre e fora do sítio de treino. Neste ambiente, alguns dos mestres eram reconhecidos por sua moral e trabalhos nesse sentido.62 O treinamento tradicional de caratê deve começar e terminar com um breve momento de meditação, mokuso, cuja finalidade é preparar o carateca para os ensinamentos que receberá e, depois, refletir sobre os mesmos. A cada momento ou exercício faz-se saudação no começo e no fim, sendo costume difundido em vários dojôs fazer uma reverência ao entrar e sair do sítio. Esse carácter mais abrangente do caratê é bem visível pela partícula "dō" (道) de seu nome. Tais princípios, posto que a grande mudança filosófica ocorrida nas artes marciais japonesas possa ser localizada na transição do século XIX para o XX, possuem suas raízes fincadas bem mais no passado. Historicamente, foi o monge Peichin Takahara quem primeiro a descreve a filosofia do "dō", do caminho de evolução que são as artes marciais, em sintonia com os ensinamentos do caratê. Ainda no século XVII, ele descreveu as três vertentes que, combinadas, culminam na evolução da pessoa: ijo, fo e katsu.62 Ijo' (径) pode ser expresso em atitudes pró-ativas em favor de terceiros. Também se diz que a forma ijo respousa na compaixão, humildade e no recato. Fo (则, princípio) é o compromisso, isto é, a dedicação que alguém tem para com algo; no caso, o afinco com que um carateca treina os conhecimentos ensinados, a seriedade e devoção que nutre, além, para com seu mestre e colegas. Katsu' (奉, observância) reflete-se no conhecimento, na compreensão que a arte marcial possui, mas compreendida nos mínimos detalhes e em que momentos, da vida ou de um enfrentamento real, farão sentido. O conceito do caminho evolutivo que é a prática do caratê pode ser achado em todas as artes marciais japonesas, tratando-se uma leitura japonesa do tao. Como caminho, por conseguinte, deve ser interpretado de forma bem abrangente, para a compreensão de um ciclo de vida. De outra forma, uma vez que o ciclo da vida é já um caminho pré-determinado, um sistema no qual todas as formas e seres estão inter-relacionados, mister haver a consciência de que existe uma relação de interdependência de todas as coisas e situações: o aprendizado não seria mérito pessoal mas o resultado da relação voluntária do praticante com o ambiente e com todos os seres.63 Samurai Nesta cércea, o caratê se insere como uma das disciplinas do Bushido, o código de ética do guerreiro. Assim, o caratê é muito mais do que uma forma de luta (o "dō" rejeita esta visão limitada), é um modo de vida. Os mestres prolataram um conceito, o que de nesta arte marcial, além de não existir atitude agressiva, em caso de embate, nunca o carateca faria o primeiro movimento: “ 空手に先手無し Karate ni sente nashi No caratê não há primeiro movimento (ataque) ” Sob duas ópticas capitais e pragmáticas, ressai o escopo pacífico da modalidade. Primeiro, caso se enfrentem dois caratecas, nenhum deles tomará atitude ofensiva, pelo que o combate nunca existirá. Depois, caso o enfrentamento se desse contra alguém que não é um carateca, com a atitude pacífica ou desestimularia o ataque ou, se esse existir, poder-se-ia usar da energia despendida pelo contendor para resolver a demanda. Trata-se destarte de uma abordagem complementar à do shinbu. HISTÓRIA DO KARATE KENSHI-KAI A HISTÓRIA DO KARATÊ-DO KENSHI-KAI KARATÊ–DÔ é o caminho das técnicas de lutar com as mãos vazias, isto é, desarmadas, usando as mãos, os pés, os joelhos, os cotovelos e até mesmo a cabeça. O Karatê tem sua origem no Oriente (Índia ou China), já aproximadamente há 12 (doze) séculos tem se desenvolvido como método efetivo de defesa sem armas. Neste período de 1200 anos, o desenvolvimento do Karatê tem sofrido mutações, seguindo os padrões típicos de um processo de evolução. Na década de 30, na ilha de Okinawa, o Mestre MABUNI KENWA funda o KARATÊ–DÔ SHITÔ–RYU. Na década de 60, em Osaka, Japão, o Mestre MAKOTO TOKAI, formado pela Universidade de Osaka, discípulo direto de MABUNI KENWA, funda o KARATÊ–DÔ KENSHI–KAI, também denominado de KARATÊ–DÔ SHITO–RYU KENSHI–KAI. MAKOTO TOKAI, viajou pelo mundo observando as artes marciais e procurou aproveitar o máximo de sua experiência adquirida, principalmente do seu estilo original, o “KARATÊ–DÔ SHITO-RYU. MAKOTO TOKAI, mestre de Luta tanto em pé como no solo, procurou desenvolver um Karatê moderno, tendo como princípio o movimento de rotação da Terra e desta em relação ao Sol. Assim, na luta, todo ataque é defendido com um movimento de rotação do corpo. A filosofia do KENSHI-KAI é semelhante a do BU–DÔ (BU – samurai, DÔ – caminho), ou seja, o tripé fundamental desse estilo é: ELEVAÇÃO ESPIRITUAL DESENVOLVIMENTO DA FORÇA FÍSICA E MENTAL DESENVOLVIMENTO CULTURAL E CAVALHERISMO É um Karatê real e objetivo, sem as fantasias que geralmente cercam o esporte, e é caracterizado por ser um sistema de Karatê de Contato. É uma arte completa, onde há integração da saúde do corpo e da mente. KENSHI–KAI – DO JAPÃO AO BRASIL Em 1974, chega nos Estados Unidos da América o Mestre YOSHINORI OKUMOTO, formado pela Universidade Shodai de Osaka – Japão, Mestre de Luta tanto em pé como no solo, e discípulo direto do Mestre Makoto Tokai; sendo que, naquele mesmo ano, na cidade de Los Angeles, disputa um Pan Americano Aberto de Artes Marciais, sobresaindo–se sobre lutadores de Judô, Jiu–Jitsu, Kung-Fú, Luta Livre e Boxe profissional, sagrando-se Campeão Absoluto, e dessa forma, conquistando o devido respeito ao KARATÊ–DÔ KENSHI–KAI. No final de 1975, o Mestre YOSHINORI OKUMOTO muda-se para o Brasil, passando a morar na cidade de São Paulo – SP, sendo ele o legítimo representante do Kenshi–Kai do Japão em toda a América Latina. No início de 1976, é fundada no Bairro da Lapa, em São Paulo-SP, a primeira Academia de Karatê Kenshi-Kai no Brasil, destacando-se naquele ano, o I FESTIVAL LATINO AMERICANO DE KARATÊ SHITO–RYU. No início de 1977, a Academia Rissei Kano de Judô, de Dourados–MS, com apoio da Secretaria Municipal de Esportes, consegue traze-lo para aquela cidade, onde passou a ministrar aulas de Judô e Karatê, ficando desta forma introduzido o KARATÊ–DÔ KENSHI–KAI no Mato Grosso do Sul. No final de 1977, a Associação Mifune de Judô, sabendo da presença desse Mestre de Karatê e também de Judô, promove a sua vinda para Campo Grande–MS, onde passou a ministrar aulas de Judô Kodokan e Karatê Kenshi–Kai, ficando dessa forma, introduzido o KARATÊ KENSHI–KAI em Campo Grande–MS, ficando esta cidade como o Centro do Kenshi–Kai do Brasil. O Primeiro Faixa Preta de Karatê–Dô Kenshi–Kai a ser formado no Brasil foi Jorge Shimizu da cidade de Dourados – MS; sendo que o segundo Faixa Preta de Karatê Kenshi – Kai a ser formado no Brasil foi Sérgio Tabosa, Atualmente 5º Dan e Presidente da Organização Kenshi–Kai do Brasil, professor de vários outros Faixas Pretas, entre eles Marcos Antônio Alves Ribeiro, Faixa Preta 4º Dan, Presidente da Liga Sul – Matogrossense de Karatê do Kenshi–Kai, tendo ele formado vários outros Faixas Pretas.

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